quinta-feira, 16 de agosto de 2012


fim da sacolas plásticas:problema ou solução


   Consumidores terão que se adaptar a nova lei paulista que proíbe a distribuição ou venda de sacolas plásticas.
 Entrou em vigor na capital de São Paulo a lei municipal que proíbe a distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas em todos os estabelecimentos comerciais. O mercado tem até 31 de dezembro para adaptar-se às novas regras.
A promulgação da lei trouxe muito mais do que uma polêmica. Ela colide com interesses comerciais e industriais e traz à tona estudos que apontam para soluções distintas. “Apresentamos há 5 anos um projeto do Instituto Mauá de Tecnologia que propunha dois tipos de sacos de lixo: um para lixo orgânico, outro para o reciclável. Enviamos o projeto para a imprensa e para a Câmara dos Deputados, mas não houve retorno”, lembra o Prof. Antonio Carlos Dantas Cabral, coordenador do curso de pós-graduação em Engenharia de Embalagem do Instituto Mauá de Tecnologia.
“Pretendemos atualizar e reapresentar esses projetos até o fim do ano”, revela o Prof. Cabral que também é especialista em Sistemas de Embalagem e doutor em Engenharia de Produção. O professor Cabral dá a dimensão do tema com propriedade: “O assunto é mais amplo do que olhar a embalagem como algo que polui. Embalagem não polui; pelo contrário, ajuda a proteger. O problema é a educação ambiental”, explica.
Para entender melhor essa questão, é necessário um estudo completo de todo o processo, desde o descarte e coleta até o tratamento e absorção do lixo pela natureza. É importante lembrar que a taxa da coleta de lixo cobrada pelas Prefeituras Municipais não destina investimentos para solucionar a questão do descarte. A questão ambiental que promoveu essa proibição das sacolinhas plásticas é baseada na composição da matéria-prima, o petróleo, considerado vilão para o meio ambiente.
Os cidadãos devem buscar alternativas, como o uso de caixas de papelão e das bolsas de pano, chamadas ecobags. No entanto “é uma pena que tão importante decisão não tenha contemplado questões cruciais”, lamentou Miguel Bahiense, presidente do Instituto Nacional do Plástico (INP) e da Plastivida, uma associação de classe que defende o uso sustentável do plástico.
A visão do professor da Mauá coaduna-se com essa afirmação. Para Antonio Cabral, a sacola plástica, quando utilizada devidamente, protege o resíduo urbano, pois retarda a contaminação do lençol freático pelo chorume (o líquido que se forma nos aterros sanitários e que gera CO2). Se o saco de lixo fosse biodegradável, geraria CH4, metano, pior do que o CO2 que causa o efeito-estufa.
A proposta elaborada há seis anos por um aluno do mestrado de Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos da Mauá e que está sendo atualizada pela pós-graduação de Engenharia de Produção, aponta os sistemas de tratamento, incluindo usinas de compostagem e coleta seletiva, como parte fundamental para a preservação do meio ambiente. Soluções inovadoras podem ser vistas em algumas cidades, como Barcelona, na Espanha. “Lá, o lixo é pressurizado e o sistema de coleta de lixo a vácuo corre por tubulações subterrâneas que sugam os materiais até as estações de coleta”, explica o professor.
  



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